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quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Revolução de 32


O início dos anos 30 foi marcado por intensa agitação em todo país. Terminado o ciclo da política do “café com leite” (revezamento entre mineiros e paulistas na presidência da República), a Aliança Liberal de Getúlio Vargas toma o poder com a ajuda dos tenentes. A Constituição foi resgatada e os Estados passaram a ser controlados por interventores. Essa decisão irritou profundamente a oligarquia paulista, os mais descontentes eram os membros do Partido Democrático.
As relações entre o poder federal e o Estado estavam cada vez mais tensas. Além disso, um número considerável de oficiais militares estava insatisfeito, sendo afastados de seus postos para dar lugar aos tenentes.
Getúlio tentou a reconciliação, mas em 9 de julho de 1932 explode uma revolução armada.
Em Pouso Alegre o clima era tenso devido à iminência da revolução. Entre os dias 18 e 19 de junho a concentração de soldados do exército nesta cidade era grande. Com o avanço dos revolucionários até Borda da Mata, os legalistas tomaram as precauções necessárias cavando trincheiras dos lados do bairro da Vendinha, das Cruzes e aterrado e colocando canhões e metralhadoras em posição estratégica.
No dia 20, por volta das 3 horas da tarde, começavam a ser ouvidos os primeiros tiros para os lados da Vendinha. Bem entrincheirados do alto do morro da Vendinha  e adjacências, os legalistas do 11°R.I de São João del Rey e 6° B.C de Ipamery disparam fogo de fuzilaria e metralhadoras, enquanto o 8° R.A.M bombardeava de espaço a espaço os atacantes. O combate prolongou-se por toda a noite, até às 10 horas da manhã seguinte de 21, com a rendição dos soldados revolucionários que não conseguiram escapar.
Os feridos foram atendidos em Pouso Alegre e Borda da Mata. Os removidos para Pouso Alegre foram levados ao hospital de sangue, no quartel do 8°Regimento. Alguns apresentavam fraqueza extrema, pois, além do sangue perdido, desde a manhã do dia 20 não haviam se alimentado. Todos os feridos paulistas partiram depois para Caxambu e dali para o Rio. Ao todo foram 59 paulistas aprisionados no combate. Todos eles, com exceção dos ultimos 7, que partiram mais tarde, seguiram para o Rio.

Fonte: Revista Memórias de Pouso Alegre, Museu Histórico Municipal Tuany Toledo, Pouso Alegre, 2010

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